Hoje, qualquer marca está nas redes sociais. E não precisa de qualquer plano estratégico para redes sociais. Não precisa mesmo!
Um texto, uma imagem, um clique no botão publicar e já está: a marca passa a estar nas redes sociais. Até pode fazer anúncios com a mesma simplicidade. Que maravilha!
Mas estará a tirar o melhor partido? Ou estará simplesmente a “fazer por fazer”, sem saber muito bem o que pretende? E enquanto isso, está a perder dinheiro?
Se identificou a marca que está a trabalhar numa destas questões, tenho de dizer-lhe: está na hora de definir um plano estratégico para redes sociais. E acredito que se está a ler este artigo, provavelmente sabe disso. Então é mesmo o momento de começar!
Neste artigo, vou mostrar-lhe como pode começar a construir o seu plano de forma simples. E mais simples do que um artigo, é ter um template inteiramente à disposição.
Plano Estratégico para Redes Sociais
Template em Canva para criar o seu plano estratégico para redes sociais
Este template está dividido em 3 grandes partes: Investigação, Personalidade e Tática. Neste artigo, vamos explorar a importância de cada uma delas e como trabalhá-las.
Tenha apenas atenção a um pormenor: este é um trabalho constante de análise e ajuste. Mas tem de se começar por algum lado, não é? Aqui tem os principais tópicos para começar hoje a criar o plano estratégico para as redes sociais da sua marca.
Conteúdos
1 – Faça a sua investigação
Analise a concorrência
Para começar um plano estratégico para redes sociais da forma correta tem de analisar o que os outros estão a fazer. A melhor forma de concretizar isto é selecionando os melhores casos – o chamado benchmarking.
Por natureza, qualquer pessoa responsável por um negócio tem sempre a concorrência debaixo de olho. Por isso, esta parte não será difícil.
Ainda assim, para construir um plano que lhe indique caminhos a seguir, deve analisar as redes sociais dos benchmarking ao mínimo detalhe. O objetivo neste ponto é identificar detalhes que estejam a resultar para os outros e que pode replicar no seu caso.
Faça uma auditoria interna
Depois disto, terá de fazer o mesmo para a sua marca – a chamada auditoria interna.
Relembre-se dos objetivos que tinha definido ao entrar nas redes sociais, liste todas as redes sociais em que já está presente, e outras questões, como os conteúdos que resultaram melhor e pior.
O segredo para uma boa auditoria às redes sociais é, sobretudo, ser autocrítico em tudo, até ao limite. Não adianta passar paninhos quentes naquilo que já foi feito. Isso apenas atrasará o processo.
Cruze tudo na Matriz SWOT
Depois de analisar estes 2 pontos, terá de os unir na SWOT.
Agora é o momento de selecionar os pontos fortes e fracos identificados na sua auditoria interna e as oportunidades e ameaças do benchmarking.
Defina novos objetivos
Com estas 3 fases finalizadas, já poderá passar para a definição de objetivos.
Nas redes sociais, é fácil deixarmo-nos iludir por resultados superficiais, como o número de gostos ou comentários.
Mas vamos ser realistas: gostos e comentários não pagam diretamente as contas no final do mês.
E se não definir os seus objetivos, se não souber qual é o norte, vai estar a viver um destes dois cenários:
- Vai achar que é o rei das redes sociais, porque tem muitos gostos e comentários.
- Vai achar que não está a alcançar nada e que as redes sociais não compensam, porque não está a vender.
E o que é que estes dois cenários têm em comum? O verbo “achar”!
Definir objetivos claros e concretos, através de modelos SMART ou OKR, elimina de vez os “achismos”. Se os construir de forma correta, não só saberá valorizar os gostos e comentários (por exemplo, em objetivos relacionados com a notoriedade de marca, ou com a gestão de comunidade), mas também terá em mente outras métricas que ajudem a avaliar as vendas.
Em resumo, o importante nesta fase é imaginar o grande objetivo da sua presença nas redes sociais e quais os pequenos passos que necessita dar para alcançar esse objetivo.
2 – Construa a personalidade da sua marca
Crie as suas buyer personas
As buyer personas são uma representação semi-fictícia do seu cliente ideal. A sua criação tem de se basear nas características do seu público alvo, partindo disto para criar o “bilhete de identidade” desse cliente ideal.
Nesta criação devem constar informações mais superficiais, desde nome, idade ou ocupação, a informações mais detalhadas, como os seus desejos e medos.
A ideia é mesmo criar a representação de uma pessoa com a qual poderá estar a comunicar. E pode criar várias, caso o seu público seja muito abrangente.
Após criar estas personas, pode avançar para a definição dos arquétipos da sua marca.
Defina os Arquétipos da sua marca
Este é o momento de criar a identidade da sua marca.
Os arquétipos foram criados por Carl Jung, psiquiatra e psicoterapeuta.
Jung acreditava que os arquétipos representavam as principais motivações básicas do ser humano – como valores, premissas, traços de personalidade e crenças gerais. Assim, criou 12 arquétipos distintos:
Com o passar do tempo, percebeu-se o potencial deste modelo para criar marcas que gerassem maior conexão com o público e que tivessem um propósito diferente do que simplesmente vender.
Imagine o potencial de tornar a sua marca semelhante ao seu público. Este irá sentir-se mais conectado aos seus produtos e serviços, podendo desenvolver uma relação mais duradoura.
Por isso, analise os diferentes arquétipos existentes e questione-se “Como quero que o meu público identifique a minha marca? Como cuidadora? Como engraçada e comediante? Ou como a heroína na história?”.
Resuma estas características no Tom de Voz da marca
Depois de definir qual o arquétipo, definir o Tom de Voz da marca será fácil.
A Voz é a personalidade distinta e constante e o estilo da marca. O Tom é, assim, um subtópico da Voz. Refere-se às atitudes e estados de espírito de conteúdos específicos.
A escolha do arquétipo já lhe dará o norte para construir o Tom de Voz da sua marca. Precisa agora de completar, com adjetivos que a caracterizem.
Neste ponto, o objetivo é que qualquer pessoa que vá executar este plano estratégico saiba como a marca se deve comunicar. Quase como o guião que é dado a um ator para ele interpretar uma dada personagem.
No modelo que disponibilizo, subdividiu-se este tópico em 4 partes:
- Personalidade: as características mais intrínsecas da marca, que a tornam diferente das demais.
- Linguagem: a forma como a marca se comunica. É mais cuidada? É mais informal? Entre outras características.
- Tom: aqui deve procurar perceber qual é a atitude e estado de espírito da sua marca. É mais agressivo? Ou mais empático? Ou mais cuidado? Entre outras características.
- Propósito: O que move a sua marca? O que trará de diferente à vida do seu público?
Após terminar esta fase, parabéns: acabou de identificar a personalidade geral da sua marca! Este é um passo importante para que todos aqueles que trabalham na concretização do plano estratégico para redes sociais estejam realmente a trabalhar com as mesmas bases.
3 – Passe agora para a parte Tática
Crie um calendário editorial e deixe sugestões de conteúdo
Nas redes sociais, ser consistente é um fator muito importante. E esta consistência tem de se refletir tanto dentro da própria rede social (todas as publicações baterem certo umas com as outras e com os valores da marca), como entre redes sociais (podes até comunicar de forma diferente entre redes, mas tens sempre de salvaguardar os valores base da marca).
Neste ponto, surge a importância de criar um calendário editorial.
Com um calendário editorial, planeia com antecedência. Por isso, vai idealizar os conteúdos com mais calma e minimizar a perda de consistência. E tem outras vantagens que podem traduzir-se na minimização de tempo e recursos gastos.
Neste passo, pode já idealizar alguns conteúdos. Ou mesmo anotar ideias soltas, que surjam ao criar este plano. Todos os inputs são válidos para criar um calendário editorial robusto e diversificado, com conteúdos que realmente interessem ao seu público.
Escolha e descreva como vai utilizar as redes sociais
Eu sei, é uma tentação estar em todas as redes sociais ao mesmo tempo. Enquanto marcas, queremos estar o mais próximo possível do nosso público. E se nos dizem que há público numa rede social, vamos querer explorar.
Mas esta prática não é aconselhável, porque:
- Há redes sociais que surgem e desaparecem praticamente no mesmo dia (estou a exagerar, mas realmente as tendências mudam muito rapidamente. Ainda se lembra do Clubhouse?);
- Ao querer estar em todo o lado pode estar a entregar conteúdo a um público que não é o seu (e, neste caso, está a perder tempo e dinheiro).
- Ou pior, esse conteúdo pode não ter nada a ver com a sua marca.
O melhor é escolher as redes mais adequadas para o seu negócio. Nesta questão, nada como utilizar a expressão “pouco, mas bom”. Mais vale trabalhar poucas redes sociais e bem, do que muitas e mal.
E para escolher esse “pouco” deve cruzar as informações que recolheu anteriormente, quase respondendo às questões: “Que redes é que eu trabalho atualmente que me ajudam a concretizar os meus objetivos? E que redes os meus concorrentes trabalham que também podem ajudar?”.
Depois de realizar a sua seleção, deve indicar como quer trabalhar cada uma delas. Com que periodicidade irá publicar? Que buyer personas quero impactar nesta rede? Quais são os objetivos e a fase do funil que esta rede estará a trabalhar?
Todas estas questões irão ajudar a utilizar o potencial de todas as redes sociais ao máximo.
Descreva o seu plano de ação
Ter um plano estratégico sem um plano de ação é o mesmo que querer chegar sozinho a Roma sem um mapa nem bússola. Pode até chegar ao seu destino, mas vai com certeza desperdiçar muito tempo a perceber por onde tem de ir e não vai aproveitar a viagem.
O plano tático vai permitir-lhe repartir os grandes objetivos que definiu anteriormente em objetivos trimestrais, para os quais irá definir o calendário editorial a adotar e, ainda, que datas importantes pode utilizar para criar os seus conteúdos.
Nesta fase, é também importante já deixar registadas campanhas específicas que tenha em mente e que a sua marca pretenda implementar.
Seguindo estes tópicos, será capaz de criar um plano estratégico para redes sociais
Contudo, bem sei que na correria do dia a dia é difícil criar um plano que analise todas estas variáveis ao detalhe. Ou, ainda, criar um calendário editorial que concretize esses objetivos.
Por isso, se precisar de ajuda, peça uma proposta à Social Ninjas. Não perde nada em explorar esta opção e poderá estar a ganhar tempo (e dinheiro).