1º ciclo
Quem se lembra de estar na 1ª classe e da sensação de conseguir ler e escrever?
Apesar de já terem passado uns anos, esta memória regressou quando decidi iniciar a minha carreira de Copywriter. Tem sido um desafio incrível e achei uma excelente ideia pôr em prática algumas das melhores dicas que aprendi até hoje com a publicação deste artigo. Não sei se irei partilhar algo de novo, mas, se vos fizer sorrir enquanto estiverem a ler, pelo menos um dos meus objetivos será cumprido. Sim, porque traçar objetivos é a regra número 1 do Copywriting, bem como definir o tipo de artigo, a estrutura… Nada que um óptimo template não ajude. Mas vamos com calma.
2º ciclo
Escrever ditados e recitar o abecedário deixa de ser um exercício do dia-a-dia. A professora também deixa de ser a única pessoa a quem interessa agradar com aquela letra bonita. Passamos a ter de pensar nos leitores.
Quais são as vossas prioridades?
Em que estão a pensar?
Têm um problema? Eu posso ajudar!
Esta conversa é essencial, pois permite conhecer o leitor. Para tal, é necessário realizar testes de mercado e briefings com o cliente, bem como trabalhar em equipa para descobrir a melhor forma de chegar ao público-alvo.
Para este artigo não fiz nenhum destes passos, confesso. Mas não significa que não tenha escrito sem ter uma audiência específica em mente. Muito pelo contrário! Transformei-vos num pinguim de peluche. Se olharem para a imagem, vocês aparecem lá.
Ficaram bem na fotografia, não ficaram? Pus o meu Joaquim Pinguim mesmo ao lado do computador porque o importante é nunca perder o leitor de vista enquanto escrevemos!
Se já não têm peluches por perto e são adeptos da tecnologia, podem criar buyer personas online, com base nos dados que tiverem.
Enquanto criam a imagem do vosso leitor, aproveitem para pensar na forma como o vão tratar: por você, por tu… Ou até falar no plural e deixar qualquer tom formal de parte como eu decidi fazer. Espero que não se importem.
Num abrir e fechar de olhos, passamos para o 3º ciclo e o nível de exigência aumenta. Escrever um bom texto implica dominar a língua que vamos usar: saber que esta palavra é melhor do que aquela; qual o tempo verbal mais adequado… E ainda brincar com uma expressão ou outra pelo meio. Ter uma gramática por perto é boa ideia para ultrapassar os nossos pontos fracos. A minha maior dificuldade é usar corretamente a voz ativa. Por exemplo:
Este artigo foi escrito pela Mariana.
Hmm… Enganei-me outra vez.
A Mariana escreveu este artigo.
A Mariana escreveu este artigo.
A Mariana escreveu este artigo.
Já a minha professora dizia que a prática leva à perfeição…
Ensino secundário
Chegou a altura de tomar decisões e mostrar que estamos prontos para enfrentar a maioridade! Precisamos de factos e dados que provem que somos credíveis. Para esta missão, as estatísticas são as nossas melhores amigas.
Ora bem:
- 100% dos leitores deste artigo sabem ler.
- Isto implica uma correlação positiva com a língua em que este artigo foi publicado.
- Neste caso, a Língua Portuguesa é falada por cerca de 285 milhões de pessoas, espalhadas pelo mundo. [não se esqueçam de inserir a fonte]
Olho para o Joaquim Pinguim. Ele não representa as 285 milhões de pessoas que falam português. Apesar de este número ser apelativo, nem todos têm interesse em artigos de copywriting. Contudo, se o artigo fosse publicado em mais que uma língua, poderia chegar a mais leitores. Adicionar plataformas de tradução automática certamente ajudaria.
Concluindo, o meu leitor pertence a uma minoria altamente especial (para mim!).
Mas não sei se chega para vos convencer a escrever um feedback sobre este artigo. Preciso de garantir o meu call to action. Ou seja, a ação que pretendo que o leitor tenha depois de ler estas linhas. Para tal, é preciso mais do que selecionar os dados certos e interpretá-los. Aliás, até tenho de evitar a linguagem técnica e fazer algo mais… Emocional!
Universidade
A verdade é que, se este artigo não fosse publicado, teria uma taxa de 0% de adesão.
Mas como não quero correr esse risco, publicar este artigo tornou-se uma jornada! Imagino-me a nadar no Mar da Internet, com o pergaminho deste artigo na mão e a esforçar-me para que nenhum de nós se afunde.
Transformei-me numa versão feminina de Luís de Camões. Até podia ter personificado outra escritora ou escritor. Mas escolhi este episódio da história de Portugal (e da história deste artigo) para transportar o leitor para uma situação conhecida e que pode trazer emoções. Adicionar dados históricos na narrativa ajuda a criar uma relação.
Até poderíamos estar a ter esta conversa enquanto saboreamos uns tremoços e bebemos uma cerveja fresquinha, não é? Só porque puxar pelos cinco sentidos é uma ajuda extra!
Por vezes é preciso também dar um toque pessoal. Eu adoro incluir rimas e expressões populares nos meus textos. Ao fim ao cabo, tenho de fazer tudo para puxar a brasa à minha sardinha!
Só falta decidir por onde começar o texto. É tal e qual como nos tempos de faculdade. Temos de escolher se começamos o trabalho com o livro nº 1 da bibliografia ou aquela frase que o professor disse na última aula. Mas receber dicas de alunos mais velhos é ainda melhor! Em modo caloira, foi mais ou menos isto que fiz. Subscrevi a vários cursos para aprender com Copywriters experientes. Existem vários métodos sobre como estruturar um texto, dependendo da sua aplicação (redes sociais, newsletter,etc).
Confesso que um dos melhores exemplos que aprendi foi a Regra dos Três, numa aula dado por Jack Zerby. Ele diz que usar o número 3 ajuda a enumerar e a compreender ideias complexas. Eu concordo! Ao fim ao cabo, 3 foi a conta que Deus, ai, que o Copywriter fez.
Exame Final
Dividir o texto em subtítulos é outro truque que ajuda a chamar a atenção. É quase como uma pergunta com rasteira. Se vocês forem leitores exemplares que lêem tudo até ao fim, merecem um prémio! Quer dizer, ofereço apenas um miminho técnico. Se fizerem scroll up & down, ao longo do texto vão encontrar palavras a bold. Ao todo, elas formam a minha checklist de coisas essenciais para criar um bom texto de Copywriting.
Por fim, o importante é pensar bem em todas as palavras que escrevem. “Copy should be long enough to do its job effectively, and not a word longer”. Incluir uma citação é um passo estratégico para garantir os créditos finais da cadeira. Porque também dá mérito a quem escreveu estas frases inteligentes que nos inspiram. Neste caso, foi o Don Kennedy.
Ok, falta rever tudo. Ah, encontrei uma gralha!
Já não tenho tempo para pedir opinião, mas é bem importante! Mas guardei todas as dúvidas e frases que não usei para futuras inspirações.
Se for possível, é útil ler alto e ver se o texto parece natural. Convém respirar entre as frases. Está pronto, vou publicar!
Nota
Passei?!
Mesmo que não queiram dar nota, pelo menos digam olá ao Joaquim Pinguim. E fica este o call to action. Só porque ele esforçou-se muito para vos representar.
Vendo bem, vocês até são parecidos… Ou não?