Este artigo foi originalmente publicado a 26 de Janeiro de 2014 e foi atualizado a 21 de Fevereiro de 2024, para refletir as alterações feitas pelas redes sociais ao longo do tempo.
A primeira vez que escrevi este artigo, o Instagram ainda apresentava os conteúdos que publicamos a todas as pessoas e de forma cronológica. Ao longo dos anos as redes sociais foram sofrendo diversas alterações, incluindo nos seus algoritmos.
Para muitos marketers e gestores de redes sociais, os algoritmos das redes sociais são como um puzzle, à espera de ser resolvido. Para outros, é aquele fator desconhecido que está a limitar os seus resultados.
O que são os algoritmos das redes sociais?
Os algoritmos são a forma que as redes sociais usam para ordenar as publicações que vemos, com base na sua relevância para cada um de nós e não no tempo de publicação.
As redes sociais definem que conteúdos vemos primeiro, com base na probabilidade de de facto os querermos ver. É por isso que, por exemplo, no Facebook é normal vermos em primeiro lugar conteúdos das contas com que mais interagimos (sejam essas de amigos, familiares ou outros).
Mas antes de usarem os algoritmos, a maioria apresentava os conteúdos por ordem cronológica.
E sim, os algoritmos estão longe de serem perfeitos. Além de que estão constantemente a mudar, para proporcionarem a melhor experiência possível aos seus utilizadores – o que faz com que nós, enquanto gestores de redes sociais tenhamos de estar constantemente a experimentar novos conteúdos e a ajustar as nossas táticas.
Porque é que os algoritmos existem?
A cada minuto são publicadas milhares de publicações. Sem os algoritmos das redes sociais, seria impossível analisarmos todos esses conteúdos. Especialmente se seguirmos centenas e milhares de contas em cada rede social. Não dava.
Os algoritmos fazem esse trabalho por nós – entregam-nos o conteúdo que mais, provavelmente, queremos ver e deixa de lado o conteúdo que considera ser irrelevante para nós ou de baixa qualidade.
Pelo menos é essa teoria.
Mas há quem defenda que os algoritmos das redes sociais existem para obrigar as pessoas a investirem em publicidade.
Independentemente da real razão deles existirem, o facto é que eles não vão a lado nenhum. Para nós gestores de redes sociais, isso implica termos de aprender o que os algoritmos querem (e o que não querem).
Como funciona o algoritmo do Instagram?
Em junho de 2021, Adam Mosseri, o Head of Instagram, escreveu um artigo sobre como funciona o Instagram onde revelou que o Instagram não tem um mas vários algoritmos, classificadores e processo, cada um com o seu objetivo.
Para publicações no feed e nas stories, os principais fatores de classificação são:
- Informação sobre a publicação: quão popular é o post, quando foi publicado, se é um vídeo, a sua duração e se está associado a uma localização.
- Informação sobre a pessoa que o publicou: quantas vezes os utilizadores interagiram com essa pessoa nas últimas semanas.
- Atividade do utilizador: interesses do utilizador e de quantos posts gostou.
- Histórico de interação do utilizador com determinada pessoa: o quanto um utilizador está interessado em ver conteúdos de determinada pessoa.
Para os teus conteúdos aparecem no explorar, os principais fatores de classificação são:
- Informação sobre a publicação: quão popular é o post, assim como quantas e quão rapidamente as outras pessoas estão a gostar, comentar, partilhar e a guardar um post.
- Histórico de interação do utilizador com determinada pessoa: o quanto um utilizador está interessado em ver conteúdos de determinada pessoa.
- Atividade do utilizador: que publicações um utilizador gostou, guardou ou comentou, assim como a forma como interagiu com os posts no explorar no passado.
- Informação sobre a pessoa que o publicou: quantas vezes os utilizadores interagiram com essa pessoa nas últimas semanas.
Para os reels, os principais fatores de classificação são:
- Atividade do utilizador: que reels um utilizador gostou, comentou ou interagiu recentemente.
- Histórico de interação do utilizador com determinada pessoa: o quanto um utilizador está interessado em ver mensagens de determinada pessoa.
- Informação sobre o reel: o áudio, dados do vídeo (como os pixels e os frames), assim como a sua popularidade.
- Informação sobre a pessoa que o publicou: quantas vezes os utilizadores interagiram com essa pessoa nas últimas semanas.
A rede usa sinais de classificação semelhantes entre posicionamentos, mas a ordem de importância varia.
80% dos utilizadores prefere assistir a vídeos em direto do que a ler um artigo de blog. E espera-se um crescimento das lives em mais de 15x comparado com 2022.
Mas se queres ter bons resultados no Instagram, cria diretos pelo menos 2 vezes por semana. Pelo menos, foi o que Neil Patel sugeriu na sua palestra no Web Summit em 2022.
Como funciona o algoritmo do Facebook?
Em dezembro de 2021 Anna Stepanov, Head of Facebook App Integrity, partilhou um artigo em que explicava como é que o feed de notícias do Facebook funciona.
Este usa uma classificação personalizada, que tem em conta milhares de sinais únicos para compreender o que é mais importante para nós utilizadores. Anna acrescentou ainda que o objetivo do Facebook não é manter-nos na rede durante horas a fio, mas proporcionar-nos uma experiência agradável.
Em fevereiro de 2022, Matt G. Southern afirmou que o Facebook mudou o seu foco para vídeos de curta duração, depois da queda das suas ações. Já em Junho de 2022, Matt anunciou que o Facebook decidiu reestruturar o feed principal em torno de conteúdo de vídeo. Neste último artigo, vais perceber como é que o Head of Facebook, Tom Alison, planeia mudar o feed da rede para um motor de descoberta de vídeos.
De acordo com Alison, a tab principal da aplicação do Facebook vai se tornar um mix entre stories e reels no topo, seguidos de posts que o motor de descoberta nos vai recomendar (tanto do Facebook como do Instagram).
Por outro lado, Neil Patel, na sua intervenção no Web Summit em 2022, referiu que o Facebook quer mais conteúdo longo, que mantenha as pessoas na rede – especialmente conteúdo em vídeo. E afirmou que analisaram 939 páginas de empresas, descobrindo que os vídeos longos foram o conteúdo com melhor performance (em 81.39%).
A melhor forma de te preparares e às tuas marcas para estas mudanças é planeares e criares mais conteúdo em vídeo.
Isso não significa que deves deixar de fazer posts em foto e texto – simplesmente deves reduzir a percentagem destas publicações e aumentar a de vídeos e stories.
Como funciona o algoritmo do LinkedIn?
A 5ª edição do Algorithm Insights 2024 da Just Connecting já saiu. E eu li toda a apresentação de
123 slides para que não tenhas de o fazer.
O estudo inclui uma análise a mais de 1,5 milhões de posts, de 34.000 perfis individuais e mais de 26.000 páginas de empresas, abrangendo mais de 50 países e 25 idiomas.
Em geral:
- Dispositivos Móvel vs Desktop – 65% vs 35%
- 3-4 publicações por semanal é o ideal
- Os primeiros 60 minutos definem o (in)sucesso das primeiras 6 horas
- A interação média por hora das primeiras 6 horas define o (in)sucesso das próximas 18 horas
O conteúdo com melhor desempenho, por ordem:
Polls:
- 1,99x alcance da publicação mediana
- 1 semana é a duração ideal da votação
- Incluir “Outro” para um aumento de 25% de visibilidade
Carrosséis:
- 1,6x alcance das publicações de Texto+Imagem
- O número ideal de diapositivos é de 12,4 25-50 palavras por diapositivo
- Layout vertical é 20-35% mais eficaz
Texto+imagem:
- O tamanho ideal do copy destes posts varia entre 900 e 1.200 caracteres
- Posts com frases curtas (<12 palavras) têm um desempenho 20% melhor
- Ter uma única imagem aumenta a visibilidade em 15-20%
- Se for uma selfie relevante, aumenta em 30%
- Cada imagem adicional aumenta em 5% até à 5ª imagem
Apenas texto:
- O tamanho ideal do copy é de 1.800 – 2.100 caracteres
- Um “gancho” de abertura forte tem um aumento de 30%
- Terminar a publicação com uma pergunta dá-nos um impulso de 20-40%
Vídeos:
- A duração ideal é entre 1-2 minutos
- Combine-o com um texto de no máximo 500 caracteres
- O vídeo vertical tem um desempenho +15% melhor
Como funciona o algoritmo do Youtube?
O algoritmo do Youtube tenta combinar cada utilizador com os vídeos que este de facto irá ter interesse em ver e apreciar.
Mas, numa plataforma em que a cada minuto são publicados mais de 500 horas de conteúdo, isso é uma tarefa árdua.
Os sistemas de pesquisa e de descoberta do Youtube têm em conta:
- O que os utilizadores vêem.
- O que é que eles não vêem.
- Quanto tempo é que eles passam a ver?
- O que é que eles partilham e gostam?
É importante também ter em conta que o Youtube tem diversos algoritmos, incluindo um para:
- Pesquisa: os vídeos são classificados com base na correspondência entre a pesquisa feita pelo utilizador e os títulos, descrições e conteúdos do vídeo e quais os vídeos que têm mais interação para determinada pesquisa.
- Sugestão de vídeos: a classificação dos vídeos sugeridos é baseada na compreensão da aprendizagem de quais os utilizadores com maior probabilidade de ver o vídeo seguinte. Estes vídeos são, geralmente, relacionados com o vídeo que está a ser visualizado, mas também podem ser personalizados com base no histórico de visualização do utilizador.
- Página principal: Os vídeos são selecionados com base na frequência com que os utilizadores assistem a vídeos de um canal ou sobre determinado tópico, no grau de interesse e satisfação de utilizadores semelhantes, e quantas vezes o YouTube já apresentou cada vídeo a um utilizador.
- YouTube Shorts: O YouTube quer que tanto os vídeos curtos como os longos sejam bem sucedidos. Assim, o tempo relativo de visualização é, geralmente, mais importante para os Shorts, enquanto que o tempo absoluto de visualização é mais importante para vídeos mais longos.
É ainda importante ter em conta que, as primeiras 24 horas de um vídeo no Youtube são as mais importantes para o algoritmo (e sucesso do conteúdo, claro). Para termos bons resultados, durante esse período de tempo temos de conseguir o máximo de visualizações possíveis. Aqui é importante usar plataformas complementares como o email e as sms para avisar a nossa comunidade da existência de um novo vídeo e aumentar as possibilidades de o mesmo ser visto.
Como funciona o algoritmo do TikTok?
Em junho de 2020, o TikTok revelou como é que o seu sistema de recomendação de vídeos funciona. E desde então, pouco mudou.
O feed “TikToks para ti” mostra-nos um conjunto de vídeos com base nos nossos interesses, simplificando a forma de encontrarmos novos conteúdos e criadores que vamos gostar de ver. Ou seja, cada feed de cada utilizador é adaptado aos conteúdos que este vê, gosta e partilha.
O TikTok referiu ainda que o feed é alimentado por um sistema de recomendação que entrega conteúdo a cada utilizador e que é susceptível de ser do interesse desse utilizador em particular.
Essas recomendações são feitas com base em diversos fatores, como:
- Interações dos utilizadores: vídeos que um utilizador gostou ou partilhou, contas que seguiu, comentários que fez e conteúdo que criou.
- Informações do vídeo: pode incluir detalhes como a legenda, sons e hashtags.
- Definições do dispositivo e conta: como a preferência de idioma, definição do país e tipo de dispositivo.
Todos esses fatores são processados pelo sistema de recomendação e ponderados com base no seu valor para um utilizador. Um indicador forte de interesse é, por exemplo, o utilizador ver um vídeo até ao fim. Por outro lado, o facto de o criador do conteúdo e o visualizador estarem no mesmo país, não é um fator tão relevante.
Além disso, embora um vídeo publicado por uma conta com muitos seguidores tenha maior probabilidade de ter mais visualizações, nem o número de seguidores, nem o facto de a conta ter tido conteúdos com um excelente desempenho anteriormente, são fatores diretos no sistema de recomendação.
Para teres melhores resultados no TikTok, encoraja os visualizadores a comentar.
Como funciona o algoritmo do Twitter?
Tal como a maioria das redes sociais, o Twitter também tem diversos algoritmos.
E o Twitter diz que o algoritmo da timeline principal nos apresenta um conjunto de Tweets de contas que escolhemos seguir, assim como recomendações de outros contas que podemos ter interesse, tendo como base:
- Contas com as quais interagimos recentemente
- Tweets com que interagimos
- Outros
Se quisermos, podemos clicar:
- No símbolo da estrela para ver os tweets mais recentes, conforme são publicados;
- No “Explorar” para ver os tweets que são tendência ou tweets sobre notícias, desporto e entretenimento.
- Em “Mais” para ver os tópicos que o Twitter considera serem do nosso interesse.
Assim como a maioria das redes sociais, os algoritmos do Twitter utilizam machine learning para classificar o conteúdo com base em diferentes sinais de classificação.
E eis o que o Twitter afirmou (numa era pré-Musk) sobre os sinais de classificação:
Relevância:
- Ações anteriores dos utilizadores, como os seus próprios tweets e tweets com os quais interagiram
- Contas com as quais interagem frequentemente
- Tópicos que eles acompanham e com os quais interagem mais
- O número de Tweets relacionados com um tópico
- Para as Tendências: a nossa localização
Interação:
- Para tweets: Quão popular é e como as pessoas na nossa rede estão a interagir com o Tweet.
- Para tendências: O número de Tweets relacionados com a tendência.
- Para tópicos: Quantas pessoas estão a tweetar, retweetar, responder e a gostar dos Tweets sobre esse tópico?
Tempo:
- Para tendências: Tópicos que são populares, em vez de tópicos que são populares há já algum tempo ou numa base diária.
Meios de comunicação
- O tipo de conteúdo que compõe o Tweet, como imagens, vídeos, GIFs e sondagens.
Mas tudo isto era numa era pré-Musk. Resta-nos esperar pelos próximos acontecimentos para percebermos qual o futuro da rede.
Entretanto numa era pós-Musk, o algoritmo do Twitter foi totalmente revelado neste Tweet:
https://twitter.com/aakashg0/status/1641976899625975809
https://twitter.com/aakashg0/status/1641976913165180929
https://twitter.com/aakashg0/status/1641976925064245249
https://twitter.com/aakashg0/status/1641976937156321282
https://twitter.com/aakashg0/status/1641976949626097669
Como funciona o algoritmo do Pinterest?
Os fatores de classificação do Pinterest estão relacionados com métricas de interação, mas também com palavras-chave. Aliás, o Pinterest tem tentado mudar o seu posicionamento de rede social para motor de pesquisa de palavras-chave.
O preenchimento automático do Pinterest dá-nos ideias ao sugerir-nos termos relacionados com a palavra-chave central.
A ferramenta de pesquisa do Pinterest depois alimenta o nosso feed com base no que procurámos e na forma como esses termos-chave são utilizados nos pins partilhados na rede.
O Pinterest também categoriza e subcategoriza tópicos para facilitar a procura de palavras-chave para o nosso nicho específico.
Para otimizares os teus pins:
- Usa imagens longas: o tamanho ideal de um pin é de 1.000 px por 1.500 px ou uma relação de 2:3
- Usa cores atrativas: chama a atenção dos utilizadores e destaca-te com cores de alto contraste
- Usa títulos sedutores e ricos em palavras-chave: seduz os utilizadores a clicarem no teu conteúdo
- Usa descrições detalhadas: Inclui as tuas palavras-chave âncora nas tuas descrições
Depois, optimiza os teus álbuns. Os álbuns dão-nos a oportunidade de dizer ao motor de pesquisa do Pinterest qual a melhor forma de categorizar os nossos produtos e/ou organizar o nosso conteúdo, o que ajuda muito a termos mais visibilidade.
Tal como nas outras redes, otimiza para obteres o máximo de interação, o que te vai ajudar a ter mais visibilidade (tanto em termos do perfil como dos pins) na pesquisa, aumentando o teu tráfego.
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